
Teve problema com o banco? Saiba se cabe processo contra o banco no Juizado Especial Cível. Veja se é possível entrar com a ação nas pequenas causas e entenda seus direitos segundo o Código de Defesa do Consumidor.
✅ O que são as pequenas causas? As pequenas causas são ações de menor complexidade, com valor de até 40 salários mínimos, que tramitam no Juizado Especial Cível. Criado pela Lei nº 9.099/1995, o JEC foi pensado para oferecer acesso rápido, simples e gratuito à Justiça, sem burocracia.
Para causas de até 20 salários mínimos, não é necessário o acompanhamento de advogado em audiência. Acima disso, a presença de um profissional é obrigatória — mas o processo continua sendo mais ágil do que na Justiça comum.
💳 Quais problemas bancários podem ser resolvidos no Juizado Especial? A maioria das reclamações contra bancos pode ser levada ao JEC, desde que o valor não ultrapasse o teto legal.
Veja os exemplos mais comuns de ações bancárias no Juizado Especial:
Processar o banco por cobranças indevidas
processar o banco para pedir revisão de Juros abusivos em empréstimos e financiamentos
Ação de Superendividamento bancário
Processar o banco para retirar Inscrição indevida em cadastro de inadimplentes (como Serasa e SPC)
Ação judicial para pedir reembolso de Tarifas não contratadas
Processar o banco para pedir o cancelamento de transações não reconhecidas no cartão
Negativa de cancelamento de conta bancária ou serviços
Problemas com Pix ou transferências não autorizadas
Ação judicial contra o banco para reembolso em caso de Golpe do Pix
Processar o banco para pedir o desbloqueio indevido de conta ou cartão
Processo por renegociação não cumprida pelo banco
Essas situações geram aborrecimentos e, muitas vezes, danos morais, que também podem ser pedidos na mesma ação.
⚖️ Relação com o banco é de consumo: o Código de Defesa do Consumidor protege você.
Muita gente não sabe, mas a relação entre cliente e banco é considerada uma relação de consumo. Isso significa que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) se aplica aos serviços bancários — desde uma simples conta corrente até empréstimos, cartões de crédito, transferências via Pix e fraudes bancárias.
🏦 Pela lei, toda empresa que oferece serviços ou produtos no mercado é considerada fornecedor. E o cliente, por sua vez, é o consumidor final. Por isso, o banco responde pelas falhas na prestação do serviço — como cobranças indevidas, operações não autorizadas ou negativa de atendimento.
📌 O Banco tem responsabilidade objetiva: isso quer dizer que não é necessário provar que o banco teve culpa.
Basta mostrar que houve um problema decorrente da falha de prestação de serviços - aqui se inclui segurança insuficiente de sites e aplicativos de celular - e que você foi prejudicado por ele.
Por exemplo:
Se o seu nome foi negativado indevidamente;
Se o banco permitiu uma transação fraudulenta;
Se houve cobrança por um serviço não contratado...
Em todos esses casos, o banco pode ser condenado, mesmo que não tenha agido com intenção de prejudicar.
Ele tem o dever legal de garantir a segurança e a qualidade dos serviços que oferece. Geralmente, os Tribunais condenam o banco a pagar de R$5.000,00 a R$10.000,00 de indenização.
🧾 Inversão do ônus da prova: uma regra processual aliada do consumidor no processo contra o banco!
Nas ações contra bancos no Juizado Especial Cível, uma das grandes vantagens para o consumidor é a possibilidade de o juiz aplicar a chamada inversão do ônus da prova.
Isso quer dizer que, em vez de você ter que provar o que está alegando, o banco é quem deverá apresentar as provas para se defender.
⚖️ Como funciona a inversão do ônus da prova no direito bancário? O CDC prevê, no artigo 6º, inciso VIII, que o juiz pode inverter o ônus da prova quando o consumidor for hipossuficiente.
🤔 Mas o que é “hipossuficiente”? O termo pode parecer complicado, mas é simples: hipossuficiente é quem está em desvantagem na relação jurídica — seja por não ter acesso à informação, aos documentos ou por não entender os termos técnicos envolvidos.
👉 Na prática, todo consumidor é presumido como hipossuficiente quando está diante de grandes empresas, como bancos.
Afinal, o cliente não tem acesso ao sistema interno da instituição, às gravações de atendimento, aos contratos digitais ou aos registros detalhados de operação.
Por isso, a Justiça reconhece que, mesmo que o consumidor tenha estudo ou renda, ele está em posição de inferioridade técnica ou informacional — o que justifica aplicar a inversão do ônus da prova em seu favor.
Isso significa que, em muitos casos, é o banco que deve:
✅ Comprovar que você contratou determinado serviço;
✅ Demonstrar que a cobrança foi correta;
✅ Explicar por que autorizou uma transação considerada fraudulenta;
✅ Justificar a inclusão do seu nome no Serasa ou SPC.
📌 Exemplo real: Você foi cobrado por um pacote de tarifas que não reconhece? Ao entrar com a ação no Juizado, o juiz pode determinar que o banco apresente o contrato assinado ou a gravação da ligação autorizando a cobrança. Se não fizer isso, pode ser condenado à devolução do valor e ao pagamento de indenização por danos morais.
💡 Por que isso favorece o consumidor? Bancos têm acesso exclusivo a dados, gravações, contratos digitais e históricos de operação. O consumidor, muitas vezes, só vê o problema no extrato. A inversão do ônus da prova equilibra essa relação e aumenta muito as chances de vitória, mesmo em processos simples nas pequenas causas.
⚖️ Vantagens de processar o banco no Juizado Especial:
Não há custas iniciais (você só paga se perder a causa e quiser recorrer);
Não precisa de acompanhamento de advogado em audiência em causas até 20 salários mínimos;
A tramitação é rápida — normalmente, em poucos meses;
Pode ser feito online;
Permite pedidos de indenização por danos morais junto com a reparação material.
📝 Como entrar com uma ação bancária no Juizado Especial? Você pode dar entrada no processo de três formas:
Pessoalmente, no fórum do Juizado Especial mais próximo;
Você também pode processar o banco pela internet, por meio de plataformas como a Procjus, que conectam pessoas a advogados especializados, 100% pela internet.
Dica: sempre leve ou anexe comprovantes (extratos, prints, contratos, conversas com o banco, etc.). Isso aumenta muito suas chances de ganhar.
❗E se o banco se recusar a negociar? O Juizado vai marcar uma audiência de conciliação. Se o banco não quiser acordo ou não comparecer, o processo continua e o juiz pode condenar a instituição bancária mesmo sem acordo.
Além disso, o banco pode ser penalizado por litigância de má-fé, se ficar provado que ele agiu de forma abusiva, desleal ou ilegal.
💡 Documente tudo! Guarde e-mails, conversas de WhatsApp, prints de aplicativos e extratos bancários. O juiz decide com base em provas — quanto mais você tiver, maiores as chances de êxito.
📞 Faça uma reclamação no Banco Central. Não é obrigatório, mas pode servir como prova importante no processo.
Reclamar em órgãos oficiais antes de entrar com a ação aumenta a chance de você ganhar indenização por danos morais, pela teoria do desvio produtivo.
O Juiz entende que você está desviando tempo da sua rotina para resolver problemas que não deveriam existir, o que gera preocupações, ansiedade e transtornos anormais.
Você pode registrar a queixa gratuitamente no site www.bcb.gov.br ou no app oficial. O Bacen não resolve o problema diretamente, mas cobra uma resposta da instituição e monitora o mercado financeiro com base nessas reclamações.
Importante: Reclamar no Bacen não impede que você entre com ação no Juizado. Pelo contrário, serve como prova de que você tentou resolver antes pela via administrativa, o que fortalece o seu pedido judicial.
Aqui na Procjus, te orientamos sobre como reclamar. Temos também os sites de utilidade pública para que você acesse com maior facilidade.
📌 Conclusão: Se você teve problemas com banco e o valor da causa está dentro do limite, não deixe passar. O Juizado Especial é um caminho legítimo, rápido e acessível para resolver conflitos bancários.
Você pode exigir seus direitos. E com apoio jurídico, suas chances de vencer aumentam ainda mais — principalmente quando há pedido de indenização por danos morais.
🔍 FAQ – Perguntas Frequentes:
✅ Posso abrir um processo de pequenas causas contra o banco pela internet? Sim. E se quiser ter maior chance de ganho, com atuação de advogados por um preço mínimo, basta contratar os serviços da PROCJUS. Você recebe orientação jurídica e seu processo é protocolado em poucos dias, depois de você ler e concordar com a petição inicial.
✅ Posso pedir danos morais no Juizado Especial? Sim. É comum em casos de negativação indevida, bloqueios injustos, golpes ou cobranças abusivas.
✅ Em caso de celular furtado e transferência não autorizada, o banco tem que me devolver? Sim, pois seu sistema do banco não foi capaz de impedir a transação não realizada pelo cliente, ou seja: houve falha na prestação de serviços por insuficiência de segurança do aplicativo bancário.
✅ Quanto tempo demora o processo? Em média, de 3 a 6 meses, mas varia por estado.